quinta-feira, 27 de setembro de 2012

A Importância do Ensino da Astronomia


A Astronomia é a ciência que estuda os corpos celestes. O estudo da Astronomia é registrado nos mais antigos documentos escritos, em monumentos paleolíticos e até em pinturas rupestres. Certamente remonta ao surgimento dos primeiros seres humanos. Todo o conhecimento resultante desses estudos, por vários povos e culturas distintas, ao longo de milênios, é atualmente complementado e rapidamente superado pela avalanche de informações coletadas e processadas com rapidez inédita na história humana. Naves-sondas, estações e observatórios espaciais e terrestres coletam dados que supercomputadores processam rapidamente para a análise dos especialistas.

Numa primeira análise, leiga e sem profundidade, pode-se questionar a necessidade desse tipo de conhecimento e sua aplicabilidade à solução dos problemas mais corriqueiros com os quais nos deparamos no dia-a-dia. Basta, entretanto, um estudo e uma reflexão mais profunda para perceber-se de forma cabal que, mesmo no dia-a-dia, a Astronomia participa de nossas vidas de modo intenso e inexorável.
O suceder dos dias e das noites, a divisão do tempo em horas, minutos e segundos, o calendário com o ano de 365, seus meses e semanas, as estações do ano, as marés, as auroras polares, e até mesmo a vida em nosso planeta – sustentada pela energia que recebemos do Sol – são temas exaustivamente estudados e, às vezes, determinados, pela Astronomia.
Além dos conhecimentos obtidos  com a Astronomia para seu uso próprio, várias outras áreas do saber humano foram e são por eles supridos com informações e inspirações fundamentais: a Física, a Química, a Biologia, a História, a Geografia,  a Navegação, até mesmo a Filosofia, a Sociologia, a Música, a Poesia, a Literatura e muitas outras áreas do pensar humano devem muito à Astronomia.
Questionar a validade e utilidade da Astronomia hoje é como questioná-la à época dos antigos gregos, ou à época das Grandes Navegações. Se nossos ancestrais não tivessem se dedicado à Astronomia, provavelmente sequer estaríamos aqui agora.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Professor da UFRN ganha prêmio em maior evento mundial sobre Astrofísica ocorrido em Pequim 27/Set/2012


O professor do Departamento de Física Teórica e Experimental (DFTE) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte Daniel Brito de Freitas foi premiado pela pesquisa sobre a evolução domomentum angular em estrelas de baixa massa. O professor é integrante da delegação de pesquisadores da UFRN que participou da XXVIII Assembleia Geral da União Astronômica Internacional (XXVIII IAU GA, sigla em inglês), maior evento mundial na área.


O resultado da pesquisa foi apresentado no Simpósio IAU nº 294 sobre Dínamo Astrofísico e Solar e Atividade Magnética, que ocorreu simultaneamente durante a XXVIII IAU GA, entre os dias 20 e 31 de agosto, em Pequim, China, contando com a participação de mais de 5000 pesquisadores em Astronomia de todo o mundo.


O prêmio inédito foi dado ao trabalho intitulado “A nonextensive approach for angular momentum loss rate in low-mass stars”, que faz uma leitura inovadora do processo de evolução estelar utilizando-se do que há de mais moderno em Mecânica Estatística e teorias sobre Sistemas Complexos.


“Basicamente, nosso modelo teórico modela as possíveis condições iniciais, tais como perda de massa devido ao vento magnético estelar, massa e raio estelares, que podem ter, por exemplo, ocasionado a forma como o nosso Sol gira”, destacou Daniel Brito.


O professor salientou ainda que isso é de extrema importância para descrever a história evolutiva do Sol, assim como entender como ocorreu a formação de planetas em nosso Sistema Solar, dentre eles, um que abriga vida.


“É importante salientar que, basicamente, a evolução de uma estrela depende exclusivamente de sua massa. Nesse sentido, o modelo premiado, que trata apenas de estrelas de baixa massa, é uma primeira etapa de um projeto maior que tentará unificar em um único modelo o comportamento do momentum angular estelar para qualquer massa, desde as estrelas que atingirão o final de sua vida como uma anã branca, como ocorrerá com o nosso Sol, até aquelas que morrerão catastroficamente como um buraco negro”, acrescentou.


O trabalho premiado vem sendo desenvolvido há mais de três anos e conta com a colaboração do coordenador do Programa de Pós-Graduação em Física (PPGF) e líder do Grupo de Astronomia da UFRN, professor José Renan Medeiros, além de alunos de iniciação científica, mestrado, doutorado e pesquisadores de pós-doutorado em Física.


Para o pesquisador Daniel Brito a conquista é de todos. “Esse prêmio marca o amadurecimento da equipe de Astronomia da UFRN, além de impulsionar e incentivar jovens pesquisadores para uma área que mescla a Astrofísica e a Mecânica Estatística. Em síntese, ser agraciado com esse prêmio internacional é estupendo, refletindo não somente para o DFTE da UFRN como para toda comunidade acadêmica da UFRN”, frisou.

A UFRN enviou seis pesquisadores para a Assembleia, sendo três professores e três pós-doutorandos, os quais: Daniel Brito, José Renan Medeiros, Bruno Canto Martins, Sânzia Alves, Izan Leão e Aldo Valcarce.